terça-feira, 17 de março de 2009

Epílogo

Depois uma já longa estadia nas terras meridionais da Macaronésia chegou a altura de realizar uma pequena e simples abordagem a este tema.
Encontro-me nestas paragens desde o décimo primeiro mês do sétimo ano após o anunciado Armagedão. Tempo suficiente para conhecer, nem que seja superficialmente, as gentes e costumes deste território formado por vários promontórios vulcânicos.
Encontro-me na ilha de Santiago, e foi a pequena cidade da Assomada, concelho de Santa Catarina, que me recebeu. Agora moro na capital do país, uma grande cidade com…100.000 habitantes.

Para mim aquele choque, que algumas pessoas falam quando chegam à Cidade da Praia, não existiu. Apenas esquecendo a parte em que as minhas malas não apareceram, mas isso que era um grande problema na altura, deixou de o ser depois de me habituar.

Aqui vive-se um pouco no ritmo das Caraíbas, sem stress. As Caraíbas mandam para cá o ritmo e Cabo Verde manda-lhes os furacões. É justo!
Dizem também que Cabo Verde envia para outros países, tipo Portugal, Holanda,…, aquilo que faz com que todo o mundo fique com o ritmo das Caraíbas (yow men, tá-se bem), mas eu não me acredito. As pessoas más é que dizem que a malta anda com os olhos inchados e vermelhos por causa dos estupefacientes mas o que é certo é que aqui tem muito vento e muito pó..no ar. Deixa lá, elas não percebem.

Estava eu a dizer que aquele impacto que qualquer pessoa que chega do 1.º Mundo a um país do 2.º/3.º Mundo não existiu, talvez porque tivesse partido de Lisboa...

A fase de adaptação foi dura e duradoura, acho que demorou 3 dias, tempo em que participamos na primeira festa, e o efeito da bebida local (o grogo/grogue) ser extremamente dilacerante numa pessoa que não está acustumada a beber bebidas alcoolicas. Coitadinhos!!!

Claro que das coisas mais difíceis a habituar foi a lingua. Apesar de se assemelhar muito à portuguesa, não é bem igual. Existem algumas variações. Por exemplo, existe o grogo de 1ª, de 2ª e o velho... Ao passar na lingua é diferente da nossa aguardente.

Pensavam que estava a falar do dialecto...

Só dá pa dôdo. Manhã si um teni vontadi sta screbi mas.

Sem comentários:

Enviar um comentário