quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Tempu di tchuba!

Hoje o dia amanheceu com o céu limpo, o sol forte, e um caloooor!
Encontrei-me cedo com dois técnicos de um instituto, que curiosamente faz a gestão dos recursos hídricos de Cabo Verde. Comentei com eles que estava um calor muito intenso e que o sol estava arrasador. Responderam-me: "Tempo di tchuba!"
Estranho, pensei eu. Com um dia destes não há-de chover de certeza.
Pois bem, de imediato rumamos para a Capital do Badiu di fora, a Assomada para visitarmos duas ribeiras, Picos e Sedeguma. Iamos com o objectivo de encontrar água subterrânea...nem sabia o que viria a seguir.
No regresso, ao descermos para Orgãos, deparamo-nos com todo o vale repleto de nuvens, e nós com as mesmas condições iniciais. Antes de entrar nessa localidade, começa a chover com alguma intensidade, mas pensava eu que seria passageiro. De facto tinha razão, ao chegar à Praia, apesar de nublado, ainda não chovia.
Seriam umas duas da tarde quando começa a chover, assim de um momento para o outro caíam ziliões de gotículas de água...por metro quadrado! Bastaram 20 minutos para a Cidade da Praia ficar um caos e as suas vias transformarem-se em pistas de cannyonning!


Eis alguns exemplos:



Descida do Palmarejo - junto ao Hipercompra

Terra Branca - junto à Shell


Chã de Areia - junto ao Pavilhão Vává Duarte



Lá diz o ditado: "Tchuba ta átcha midju na tchom só p-e nasi"

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Reino Maravilhoso I


"Nas margens de um rio de oiro, crucificado entre o calor do céu que de cima o bebe e a sede do leito que de baixo o seca, erguem-se os muros do milagre. Em íngremes socalcos, varandins que nenhum palácio aveza, crescem as cepas como os manjericos às janelas. No Setembro, os homens deixam as eiras da Terra-Fria e descem, em rogas, a escadaria do lagar de xisto. Cantam, dançam e trabalham. Depois sobem. E daí a pouco há sol engarrafado a embebedar os quatro cantos do mundo." Um Reino Maravilhoso, Miguel Torga.