Acontece!

E foi há 3 anos...

Em manutenção!!!

Ou remodelação...

Time-Out?! II

(cont.)
Certifiquei-me que a porta estava bem fechada, e de relance, observei o desnível necessário vencer para chegar ao piso térreo do prédio.
Carregava comigo dois volumes, que os teria de transportar para um terminal de onde partiriam com destino certo. Depois de pesados e etiquetados vi-os partir aos repelões e ainda mal eles tinham desaparecido já eu estava de volta à cidade, onde me esperavam aqueles que para sempre farão parte da minha familia. Com eles esperavam também os relatos de algumas vivências, algumas recordações, lembranças de momentos inesquecíveis.
Entre sorrisos e gargalhadas e alguns momentos de um silêncio nostálgico, a Natureza pronunciou-se. Aquelas nuvens, a quem ninguém tinha dado qualquer importância, resolveram esgotar-se do seu precioso tesouro. Coincidência ou não elas traduziam em pleno aquilo que eu sentia por dentro apesar de não o revelar. "C'um raio! Ok, estamos em Janeiro e não é tão raro assim chover nesta data em Cabo Verde, mas tinha que ser logo nesta noite?!"
A conversa prosseguiu, aromatizada por aquele cheiro a terra borrifada, as "noivas" e "uisquinhos" foram-se seguindo, misturados com um sentimento melancólico de saudade, terminando na inevitável "peça que leva".
A comitiva abandonou o local, discretamente, sem batedores e sem avisar à passagem. Palmarejo, Tira-Chapéu, Terra Branca, Várzea, Chã de Areia, Gamboa, Praia Negra e finalmente, o destino. Uma grande achada nos arredores da capital.
Umas luzes geometricamente perfiladas apontavam-me o caminho a seguir. A "súcia" estava-se a desfazer. Ou pelo menos prestes a perder um elemento!
O chão fazia lembrar-me as minhas origens, a minha formação, o meu trilho.
"Última chamada para o voo...!" ecoava uma voz no vestíbulo.
Tinha chegado a hora!
.......
Retirei os dois volumes da passadeira rolante, ansioso por abri-los. Queria verificar se as minhas memórias estavam lá guardadas. Ainda não sei se me vim embora, ainda não sei se cheguei, ainda não sei se isto tudo é um "time-out" ou um "game-over", veremos quais os capítulos que se seguem. Sei apenas que comigo estão as lembranças destes dois anos.
Olhei em volta, enchi os pulmões de ar e dirigi-me para a saída, pois aqui também tinha deixado alguém à minha espera!

Sodade des tera!

Time-out?!

O dia acordou calmo na capital das terras de "morabeza"! Uma ligeira brisa corria nas ruas semi-desertas, varrendo as finas particulas vulcânicas, como de uma multidão de tratassem à passagem de uma caravana qualquer. A temperatura estava amena, como é natural nestes paralelos, propicio ao convivio num terraço de uma fortaleza, estrategicamente implantada, com uma vista previligiada, por forma a controlar e dominar as áreas em redor.
Pois assim foi! A convite de um amigo fui até à Cidadela onde, no seu oásis, nos recebeu e presenteou com uma refeição apropriada às condições deste dia.
Esgotados os recursos desse oásis, fomos direccionados instintivamente para aquele recanto da praça do Palmarejo. O objectivo era repor as energias e deleitar-nos com aquilo que o arquipélago tem de melhor: o tempo.
Anoitecia quando dei por terminada a degustação daquele momento. Algumas nuvens começavam a passar por cima de mim, sem, no entanto, lhes dar qualquer importância. Ainda tinha alguma coisa por fazer, por isso, assomei até ao terceiro andar do edificio que se erguia diante mim. Quando me preparava para colocar a chave no ferrolho da porta de entrada do meu apartamento, tudo ficou às escuras, como que eu tivesse, inadvertidamente, accionado algum tipo de alarme. Pressionei o interruptor, amaldiçoando-o de imediato, pois não tinha obtido o resultado desejado. Teria então que fazer tudo o que estava previsto ou no lusco-fusco ou às escuras.
Um par de horas depois, continuava sem electricidade, mas tinha esvaziado todos os nichos do local que durante quase um ano chamei de "casa". As cortinas esvoaçavam, amparadas pelo vento que se tinha levantado. Dirigi-me até à varanda, com vista para a rua principal, mesmo em frente à academia. Na rua ouvia-se apenas um burburinho, observei os vultos que me afrontavam tentando distingui-los, em vão, pois a noite já tinha conquistado o lugar ao dia. Foi quando estava prestes a voltar costas que alguns dos candeeiros de rua começaram timidamente a acender. Um a um, foram ficando mais intensos, por forma a dar a luminosidade que eu queria, permitindo-me, desta forma, reconhecer e contemplar a paisagem que me tinha acompanhado durante as últimas estações...(cont.)

México II

Para além do banho histórico-científico que tive oportunidade de tomar neste país norte-americano, aproveitei para realizar o curso advanced de mergulho. Foi aí que me foi apresentado, pessoalmente, um intruso que agora vagueia nos recifes caribenhos. Esta figura típica de outros aquários, e nativa do Oceano Pacífico, é uma espécie que não tem, nesta região, predadores naturais, é extremanente venenoso e alimentam-se dos pequenos Nemo's e Dory's, que tranquilamente passeam entre os corais.

Apresento então o vulgarmente chamado peixe-leão ou peixe-dragão, que ao contrário de outros não é manso:

Pterois volitans

México I

Como não poderia deixar de ser, quando se fala de México, para além da tequilla e dos sombreros, fala-se da cultura Maia. Quem conhece esta cultura, conhecerá certamente o nome Chichen Itzá. Pois bem, eu tive o privilégio de conhecer esta cidade que funcionou como capital politica e económica da civilização Maia. Não sei se merecerá ser uma das novas sete maravilhas do Mundo, mas entendo agora qual a dimensão deste espaço. E quando escrevo dimensão não me refiro propriamente ao espaço físico, mas sim ao nível de conhecimentos que um povo tinha há mais de 1.500 anos.

Pirâmide de Kukulcán, 2010

Vila Real!

Por contraste à foto colocada no post anterior. Contudo não deixa de ser também uma boa vista.

Adoro Vila Real! A cidade que considero minha, aquela que me viu crescer. Capital do Douro e do Reino Maravilhoso. Podemos não ter um mar, mas temos um "oceano megalítico", "um Mundo!" representado pelo caracter das gentes.

"A autoridade emana da força interior que cada qual traz do berço" (Miguel Torga)

Boa Vista!

Não podia existir melhor nome para esta ilha do que aquele que lhe foi atribuido.

O crédito desta foto terá que ser dividido por duas pessoas. O condutor do veículo, sempre atento à paisagem, e ao "pendura" que por razões obvias transportava o equipamento fotográfico.

Apenas uma observação, para a próxima, não coloques a data e hora no raio da foto...

Nova Etapa!

Depois de mais uma prova, de mais uma dura prova, entrei esta semana numa outra.
Após deixar para trás as dificuldades, as rotinas, as experiências, os AMIGOS, já citado noutros post's, iniciei, desta vez por terras lusas, mais uma etapa da minha vida. Ainda não existem previsões da duração da mesma, mas certamente, novas dificuldades, novas rotinas, novas experiências esperam por mim. AMIGOS é que espero continuar a ter os mesmos, os ante e durante do Dakar, talvez aumentar o número, se bem que será difícil.

Talvez daqueles amigos que fiz no decorrer da prova anterior, apenas alguns voltarei a ver um dia, mas para sempre ficarão no meu coração.
Na hora da partida, um daqueles que eu espero ver frequentemente, disse-me: "É sempre assim! Acontece-me sempre com os meus melhores amigos. Sei que hoje é a última vez! Nunca mais te tornarei a ver!"
Parafraseando um cromo da sociedade portuguesa, respondo: "É mentira!"

Sodade di nhos!

Dakar 2010! Recta da Meta

Chegou a hora! Este rali terminou para mim!

Assim como outros ralis todo-o-terreno, tudo foi preparado e começado numa urbe, onde tudo parece organizado, asseado e limpo. Até me deram um road-book para seguir!!!

Atravessei o mar para chegar a outro continente, onde a recepção foi maravilhosa, mas rapidamente me deparei com os desertos pedregosos que pisava. Não bastando, tinham reservado para as próximas etapas os "ergs", sempre perigosos pela inconstância posicional dunar e compactação dissimulada.

Após passagem pelo deserto, recebi um bafejo de ar fresco e revigorante, dando novo alento e motivação para continuar nesta dura campanha.

Da mesma forma que o maior rali do Mundo terminava na praia, o meu também, desta feita tomando forma de substantivo próprio.

A classificação ainda não foi atribuída pois ainda se discutem falsas partidas, penalizações, conduta anti-desportiva dos intervenientes e afins.

Resta-me agora encher a bagagem de recordações, memórias e imagens, que me acompanharão para sempre.

Sei que entrei nesta prova com o logotipo de um grupo enorme, mas para mim esse grupo, o meu grupo, está representado apenas pelos seguinte membros:

Para os da minha equipa, DFEG, muito obrigado!

Para o meu co-piloto, Carlos Duarte, pela luta, companhia e dedicação, obrigado!

Pela assistência técnica, JP, a amizade, camaradagem e irmandade, muito obrigado!

Para o meu actual manager, Jorge Cruz, obrigado pelo apoio e voto de confiança!

Para os financiadores/patrocinadores/aliados, Bruno Tomé e Paulo Góis, POR TUDO!

A todos, muito obrigado!

Até qualquer dia!

Dakar 2010! Logística I

Para realizar um evento desta dimensão é obrigatório ter uma logística que consiga suprimir as necessidades dos concorrentes.

Desde a alimentação:

Passando pelo transporte de voluntários:

Enfim, uma série de processos que sem eles seria impossível que este rali se concretize.

Nhôs fazê!

Dakar 2010! Morfologias III

A diversidade de paisagens encontradas neste rali é enorme!

Algures no caminho entre Mato Gégé e Porto Mosquito.

Achada Grande.

Santa Cruz

Tamareira, Ribeira de Picos

Dureza?! Acham?

"Góstu pâ luta ê bô na nhas bráçu"

Dakar 2010! Morfologias II

Estão também presente áreas com um relevo bem acidentado. Este desfiladeiro, esculpido pela escorrência das águas torrenciais, faz parte da ribeira de Engenhos. Esta garganta situa-se entre Chão de Tanque e Rincão.A base do desfiladeiro data do Ante-Miocénico médio e o topo do Pliocénico-Miocénico, cerca de 10 milhões de anos de diferença.

Ka bu pintcha-m!

Dakar 2010! Morfologias I

A edição de 2010 do Dakar prometia ser dura! Isso verificou-se pela quantidade de vezes que houve troca de veículo, tudo para que o único concorrente inscrito chegasse ao fim.

Senão vejamos:

Bem ao estilo do deserto rochoso (hamada) do norte de África.

Caminho para Águas Belas.

Agu?! Ond-l?

Dakar 2010! O inicio!

O ponto de partida de edição deste ano do Dakar foi algures entre Ribeira das Pratas e o Tarrafal. Um carro bem equipado, amigo do ambiente (consome mais água do que combustivel, poluí mas apenas por onde passa, nunca no mesmo sítio, só quando está parado, mas também qualquer litro de óleo de dois em dois dias chega, quase que não consome bateria, porque o único vidro eléctrico se hoje desce, apenas amanhã é que sobe), monomarca (chassis de uma, motor de outra, jantes de outra, pneus de outra, rádio de...afinal não tem rádio, bom mas cada coisa com a sua marca, daí "monomarca").

Enfim "aquela máquina!"

Kumpanherus!

Rali Dakar 2010!

A história do Rali Dakar começou em 1978 (grande ano, devo dizê-lo).

Considerada a mais longa e dura prova de todo-o-terreno, concerteza também a mais bela, fazia a ligação entre dois continentes, Europa e África. Na altura partia de Paris, França e terminava nas praias de Dakar, Senegal.

Em 1999, iniciaram-se uma série de alterações ao seu percurso, descaracterizando um pouco o perfil da prova. A mim não me interessa se este rali está presente no continente europeu, mas com a designação que lhe atribuiram no mínimo tem que iniciar, passar ou terminar no continente africano. No ano que acabou de findar, o rali realizou-se na Argentina e no Chile, adoptando o mesmo logo de sempre, o esboço de um Touareg. Curioso!!!

Decerto devem pensar que este ano o Dakar está a ser realizado no continente sul-americano, mas é mentira! Este ano o Dakar começou no dia 3 de Janeiro, no continente africano, em Cabo Verde.


Nos próximos dias vamos actualizando a classificação, se a houver, e algumas reportagens fotográficas das etapas.

" Munta buru moku, e ba kori ..."