segunda-feira, 4 de maio de 2009

3247 Kms!

Eis a distância que separa as minhas actuais casas.
Como não poderia deixar de ser qualquer português que por razões profissionais se encontre na Cidade da Praia tem que morar na zona do Palmarejo. Acho que é por nos lembrar os “caixotes” que existem em Portugal e que temos tantas saudades. Os mesmos “caixotes” que estamos sempre a desprezar e a abominar pela falta de privacidade (nossa) e intolerância (dos vizinhos).
Eu sou mais um. Poderia ter ido morar para a Achada de Sto. António, ou para a Prainha, ou para o Plateau, mas não. EU QUERO MORAR NO PALMAREJO! Claro que o valor da renda pesa na decisão.
Apesar de ser a zona da Praia com mais condições para morar, é também uma zona rodeada por bairros engraçados: Monte Vermelho, Tira-Chapéu, Casa Lata, Covão (Cobom) e Fundo de Covão. Em frente de minha casa tenho a UniCV, um exemplo de modernidade (falo pelo edifício não pela instituição), e atrás tenho vista privilegiada para os fantásticos três últimos bairros acima escritos. Como é bom acordar ao som de tiros de “boca-bedjo”, uma espécie de arma de fogo artesanal.

A Cidade da Praia é a capital e nela residem cerca de 115.000 almas. Provavelmente ainda sem contabilizar essa praga, os portugueses. E ainda não existe nenhum shopping porque quando existir então aí preparem-se porque vão aparecer aos milhões, assim tipo praga de gafanhotos.
Os portugueses têm um feitio esquisito. Uma estranha forma de estar.
Estamos sempre a falar mal do nosso país, mas sempre que estamos afastados dele tentamos fazer o mesmo que em Portugal ou tornar o local o mais semelhante possível à nossa Alma Mater.
Faço um apelo, Cabo-verdianos não deixem que estes gajos transformem a vossa sociedade.
Assimilem apenas o que Portugal tem de bom. Por exemplo, construam 8 novos estádios de futebol de grande capacidade, todos na Cidade da Praia, três auto-estradas Praia-Tarrafal (sem saídas no interior porque eles não precisam), como não têm comboio implantem logo o TGV (uma circular em Santiago) com partida e destino final na Praia, e já agora um novo aeroporto, construído no Ilhéu de Santa Maria.

Encontro-me a 3247 Kms da minha casa, do meu “caixote”, e que saudades tenho dele.

Quem canta seus males espanta.

M’ stâ cantâ.

1 comentário:

  1. Muito bom...mesmo!!!
    Até das coisas más temos SAUDADE!!!!
    Grande abraço primão!!!
    Volta rápido!!!

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